segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Cantador de Campanha

Meu trabalho é de peão campeiro
Conforme diz meu documento
Sigo sem afrouxar nenhum tento
De campanha, crioulo e fronteiro

Mas eu trago outro ofício no mundo
Que esses fundos já sabem qual é
Canto baile nos ranchos de campo
Do retiro a Azevedo Sodré

Bendição que eu carrego comigo
Ser um peão cantador de campanha
Com o gaiteiro eu me entendo por sanha
Pra pobreza eu até já nem ligo

Me chamaram pra sábado agora
cantar um baile na costa do Areal
eu não tenho no bolso um real
mas eu sou o cantador desta gente de fora

Chão batido de saibro vermelho
Meia-água de quatro por cinco
Vou mirando os buracos do zinco
E cantando ao clarão do cruzeiro

Que faz anos a guria mais nova
Lá do rancho do seu Gomercindo
E eu não sei qual semblante o mais lindo
Das três filhas da cumadre Mosa

A Izabel, a Canducha e a Rosa
Nem te digo qual a mais bonita
Todas três com vestido de chita
Com pregueado de fita mimosa

O Amadeus na gaita de botão
E o Condonga no violão canhoto
E um zumbido igual gafanhoto
No pandeiro do negro Bujão

Duas moças vêm do Parador
E uma prima de São Gabriel
Pode ser que a menina Izabel
Faça uns olhos de graça pra este cantandor

Se clareia agarremo a estrada
Que a pegada é só segunda-feira
Vou cantando mais duas vaneiras
Dessas de iluminar a madrugada


quem diria q a exato 1 mês eu ia pedir "meu guri, toca aquela pra mim?"?
quem diria que depois de tanto ouvir essa musica eu ia acabar sentindo tanta falta do Anderson Vieira cantando ela?
quem diria.....é melhor nem comentar....quem conhece.....sabe.....

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Formato Mínimo


Dia desses saio de uma aula de pesquisa um tanto quanto perturbada....não é fácil encarar uma manhã inteira com a mesma professora, os mesmo colegas, fazendo um único trabalho.....enquanto penso isso coloco os meus fones, ponho o mp4 no ultimo volume e ouço acordes desconhecidos...mania de baixar musica e colocar no "radinho" sem nem ouvir antes.....insisto em tentar reconhecer a musica até que ela me surpreende....não sei se foi surreal pq eu não conhecia a musica....se por eu estar saindo de uma aula mega teórica e cheia de regrinhas ou se a musica é realmente surreal (na verdade acho que tem um pouco de cada coisa....)....
Samuel Rosa contava uma estória de amor, fora de todos os padrões esperados, nada de paixões ou amores, apenas desejo....

Formato Mínimo
Composição: Samuel Rosa - Rodrigo F. Leão
Começou de súbito
A festa estava mesmo ótima
Ela procurava um príncipe
Ele procurava a próxima

Ele reparou nos óculos
Ela reparou nas vírgulas
Ele ofereceu-lhe um ácido
E ela achou aquilo o máximo

Os lábios se tocaram ásperos
Em beijos de tirar o fôlego
Tímidos, transaram trôpegos
E ávidos, gozaram rápido

Ele procurava álibis
Ela flutuava lépida
Ele sucumbia ao pânico
E ela descansava lívida

O medo redigiu-se ínfimo
E ele percebeu a dádiva
Declarou-se dela, o súdito
Desenhou-se a história trágica

Ele, enfim, dormiu apático
Na noite segredosa e cálida
Ela despertou-se tímida
Feita do desejo, a vítima

Fugiu dali tão rápido
Caminhando passos tétricos
Amor em sua mente épico
Transformado em jogo cínico

Para ele, uma transa típica
O amor em seu formato mínimo
O corpo se expressando clínico
Da triste solidão, a rúbrica

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

o passado ronda os meus pensamentos....

e eu insisto em rondar o passado...... cada coisa q essa cria inventa...... difícil lidar com as decepções.... difícil ver q "o grande salvador" não passa de um gurizão qlqr...e q continua o mesmo de anos atras.....sendo assim....ele não passava de um gurizão qlqr mesmo que parecesse aquele cara maduro, forte e tudo mais..... é tão engraçado ver que as pessoas pararam no tempo.....ainda mais qndo a gente só faz evoluir.... da tanto medo de que a hora de estagnar na vida esteja chegando.... fazem 5 anos...as piadas são as mesmas....o carinho é o mesmo......mas a intimidade se perdeu em alguma das esquinas da vida.....e aquele que era o meu herói.....agora é só alguém que teme o que isso pode significar..... saudade das tantas cervejas que deixamos de tomar e do quanto isso teria nos mantido próximos....

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Classes C, D e E: 15 tendências de um mercado de R$ 760 bilhões

Bem-vindos ao mundo do carnê, do consórcio, do SPC.
Bem-vindos ao mundo do metrô, do buzão, da lotação, da CBTU, do seminovo zerado.
Bem-vindos ao mundo do vale-refeição, do PF e da marmita.
Bem-vindos ao mundo do supletivo, da escola de cabeleireiro e do curso de computação.
Bem-vindos ao mundo do celular pré-pago, da megasena.
Bem-vindos ao mundo do trabalho informal, da pensão do INSS, do despertador pras 5,
da mobilidade social.
Bem-vindos ao mundo do Ratinho, Raul Gil, Bruno & Marrone, Banda Calypso, Calcinha Preta, MC Leozinho e da Rádio Tupi.
Bem-vindos ao mundo do supermercado com a família, da cervejinha gelada, da macarronada com frango, do financiamento da Caixa.
Bem-vindos ao mundo surpreendente da economia da base da pirâmide.
bem-vindos ao Brasil de verdade.

Foi assim que Renato Meirelles - sócio diretor do Data Popular ( http://www.datapopular.com.br/ ), publicitário com MBA em gestão de negócios pela ESPM, colaborador do livro Varejo para Baixa Renda (Gvcev) e autor de Um jeito fácil de levar a vida – o guia para enfrentar situações novas sem medo (Saraiva)- deu inicio ao seu "show" na manhã de quarta-feira(30/09)em um dos tantos auditório da PUCRS...a palestra era parte da semana academica de comunicação da Famecos, tb conhecido como "SET UNIVERSITÁRIO".

Despojado de todos os protocolos Renato circulou pelo auditório e brincou com a platéia durante toda a palestra que durou cerca de 3 horas e meia.