quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

2014/2015

Primeiro me pareceu estranho lembrar que 2 das vezes que fiquei pior de saúde foram em 2014, ai lembrei que na verdade foram 3....eu que dificilmente fico doente, e que costumo segurar a onda esse ano vi a minha mãe ligar 3 vezes pro meu trabalho justificando faltas minhas...
em fevereiro, em junho e agora....mas ai eu lembrei que o orixá que regeu esse ano foi Xapanã, o curandeiro, senhor das doenças e da cura, o orixá da transformação.
E talvez seja justamente essa a melhor palavra pra descrever o meu ano....Transformação....
Teve o primeiro emprego....o diploma.....a campanha pro primeiro turno....a do segundo turno....teve a minha volta pros movimentos sociais (e como eu tava com saudade disso....como me fazia falta...)
Esse ano eu ganhei muito....ganhei experiências inigualáveis.... parcerias incríveis.... oportunidades únicas... amizades que me parecem ainda vão muito longe....
Ganhei a chance de comemorar a minha grande vitória com aqueles que amo muuuito e que sabem o quanto foi difícil....
Se somaram também alguns parceiros de copo e outros de discussões politico/filosóficas pelas mídias sociais
Sumiram alguns outros desses dois grupos ai de cima....mas isso não me incomoda muito não....afinal, se não sabe brincar....eu prefiro mesmo que não desça pro play.... :p
Perdi alguns aniversários, algumas festas...perdi a paciência em algumas situações....
Mas no apagar das luzes???
Atoto, Obaluaiê!

Eu tive um baita ano...com pessoas fenomenais na minha volta e com momentos que vão ficar pra sempre guardadinhos aqui dentro


Então que venha 2015 com Ogum, guerreiro e desbravador.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Intolerâncias..

tenho presenciado cenas e principalmente falas que tem me incomodado demais da conta....
talvez seja o final de ano (época que eu amo tanto...sqn!) que me deixa mais sensível a esses detalhes...ou as pessoas que andam mais "livres" de certos pudores mesmo...
sei que as vezes a tua dor ou os teus problemas são grandes...mas isso de forma alguma deve fazer com que tu desvalorize os dos outros...eles podem ser diferentes dos teus (e até maiores...mas tu precisarias estar no lugar dele pra conseguir enxergar isso).... e não é pq o problema do outro é diferente que ele não doí, não causa constrangimentos e não o faz perder noites de sono....
como já disse caetano...cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...e de carregar os fardos que carrega....
mas daí a por culpas e mais culpas nas costas dos outros pq eles vem quietos carregando seus fardos.... sei lá...eu acho um pouco além do razoável....
ou talvez seja eu que depois de assistir tantas histórias dentro de hospitais, acompanhar tantas lutas tenha me acostumado a respeitar de mais os outros.....

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Dias de Luta no GHC - Lei Matheus

Hoje foi um dia de reencontros...
Ou talvez não...Pq de fato nunca houve um afastamento....
Talvez o maior reencontro de hoje seja o meu com o chalé da cultura do GHC...
Mas foi um dia de muito sentimento, de muitas memórias e de reencontro com histórias nossas....
lembrava mais cedo da tarde que passamos eu, Teteu e o Paulinho no quanto do Teteu vendo a versão preliminar do "Dias de Luta", discutindo equipamentos de foto e filmagem, combinando um trago pra quando o Capra liberasse os dois.... A toalha do grêmio estendida na porta do roupeiro e a frase aquela (com uma pequena adaptação) grudada com imãs em um mural "Meu nome é Matheus Cony e eu VOLTEI"....Não faz muito achei uma filmagem daquele dia....Ele testando uma filmadora e entrevistando nós dois (confesso que levei dias pra tomar coragem de assistir....Mas que consegui não desabar feito criança durante os poucos minutos do vídeo)...
Lembrei também das nossas discussões sobre tatuagens...Com quem fazer, aonde fazer, o que fazer....Do único desenho que nós dois já havíamos pensado em fazer....
Do dia que cheguei quase junto com uma das altas e ficamos divagando junto com a Anna do quanto seria bom se o Conceição fosse posto de cadastro de doadores de medula óssea (já é)....
E do quanto fiquei sem reação enquanto ele me dizia "ai o mano vai assumir a câmera, eu vou botar o violão nas costas e vou pelo corredor dando tchau pra galera...Depois lá fora eu filmo o sol....Pq tenho certeza  que vai ser um dia lindo quando eu sair daqui"
Reencontrar o meu Brother e ver, de novo, ele saindo faceiro por aquele corredor com o violão nas costas foi algo maravilhoso.....Mesmo com toda a dor que a saudade traz.....E eu sei que vai doer mais um pouco ainda...É assim que funciona....
Mas cara....Que coisa boa essa semana!

sábado, 6 de dezembro de 2014

Multiplique-se

O meu sentimento quanto a esse ano que termina é confuso....
Depois de tanto tempo fazendo e acompanhando campanhas, em todos os cantos do país, em busca de doadores de medula óssea para pacientes que precisam fazer o transplante e que pela grande diversidade étnica do Brasil tem uma maior dificuldade de encontrar doadores (diversidade essa também aumenta as chances de combinações entre doador e receptor serem encontradas entre pessoas de estados e até regiões diferentes) passei pela frustração e indignação de saber que um estado inteiro pretende ficar dois meses sem cadastrar doadores por já ter "atingido a meta" para o ano.
No momento eu não tenho nenhum familiar ou amigo próximo na "fila" esperando por um doador....Mas eu conheço essa espera e sei que cada dia pode fazer diferença...E muita!
E sei também que gostaria muito que histórias como a da Fabiana Ikeda tenham "terminem" como a do João Bombeirinho ou do Élvis Silva Magalhães (que foi um dos primeiros brasileiros a fazer o TMO pra tratar Anemia Falciforme e eu já contei um pouco da história dele aqui  no texto "E se a única saída fosse a persistência?").

Mas ao mesmo tempo 2014 é o ano da I Semana Municipal de Doação de Medula Óssea instituída pela Lei Matheus, da minha amada companheira de lutas Jussara Cony, que inicia amanhã...Fazendo de Porto Alegre a primeira capital a ter uma semana de mobilização para essa causa e "preparando o terreno" pra semana nacional da Lei Pietro.Coisa que me enche de orgulho e de esperança de que dias melhores estão por vir para os que ainda esperam.